Viajar o mundo já é incrível, agora já imaginou fazer isso de muletas? Essa é a realidade de Luiz Thadeu Nunes e Silva, um maranhense de 61 anos que sofreu um grave acidente e resolveu usar a sua história como superação e conhecer o mundo. Luiz já conheceu 143 países de muletas e é o brasileiro mais viajado do mundo com mobilidade reduzida. Ele entrou até para o Livro dos Recordes Brasil quando completou a marca de 140 países. E por isso, resolvemos conversar com ele e saber melhor sobre sua história. Confira:
– Sempre gostou de viajar? Ou essa foi uma paixão que surgiu depois do acidente?
Eu sempre fui muito aventureiro e gostei de viajar, desde a minha época de estudante, tanto que já conheci o Brasil todo.
– Por que resolveu começar a viajar o mundo de muletas?
A minha vida mudou em 2003, quando sofri um grave acidente de carro. Era uma tarde chuvosa e eu estava em um táxi no Rio Grande do Norte, quando o motorista foi atender o celular, perdeu o controle do carro, bateu de frente com um caminhão e eu tive uma fratura exposta no fêmur. Depois disso, eu passei por 43 cirurgias e fiquei 4 anos sem conseguir andar, só fazendo tratamentos e mais tratamentos. Foi então, que depois disso tudo surgiu a oportunidade de viajar para a Europa e visitar meus filhos, que na época moravam lá. Nessa viagem conseguimos conhecer 8 países da Europa, e foi aí que despertou em mim a vontade de voltar a viajar e conhecer o mundo. Eu que não me sentia seguro em andar de muletas na minha própria cidade, comecei a perceber uma segurança maior em mim depois dessa primeira viagem.
– Você viaja sozinho?
Nos primeiros anos depois do meu acidente, o meu filho me acompanhou muito, ele chegou a conhecer 80 países comigo. Mas, já tem uns 3 anos que ele não tem mais tempo para viajar tanto comigo, porque ele se formou e trabalha. Então, agora eu viajo sozinho por todo esse mundão.
– Quais lugares ainda sonha em conhecer?
Eu quero conhecer todo o mundo! A minha promessa, desejo, meta e o meu planejamento é conhecer todos os 194 países da Terra. Já conheci todas as Américas, a Europa, Ásia, África e a Oceania. O único lugar que ainda não pisei foi na Antártida, mas já estou com projetos para poder conhecer também.
– Tem algum critério para escolher os destinos?
O primeiro ponto que eu sempre fico de olho são os valores das passagens aéreas, mas agora que eu já conheço 75% do Globo Terrestre, o critério mesmo é conhecer o que falta. E para que isso aconteça eu pretendo agrupar os lugares por proximidade, que assim é possível conhecer mais destinos em uma só viagem.
– Você já viajou com o Hurb?
Muitas vezes, já viajei o mundo com vocês! Inclusive, atualmente eu tenho 4 pacotes comprados, mas que por conta da pandemia estou tendo que aguardar um pouco. Alguns deles são Tóquio e Grécia, que vou com a minha esposa. Além disso, também tenho um pacote de volta ao mundo, que estou muito ansioso para realizar.
– Normalmente encontra muitas dificuldades de acessibilidade nos destinos ou não?
Geralmente não! Na verdade, eu me surpreendi muito com o mundo nesse quesito.
– Qual a maior satisfação ao concluir uma viagem? E o que elas te trazem de positivo?
Uma das maiores satisfações quando eu viajo, além é claro de conhecer os lugares, é conhecer as pessoas, eu amo conhecer as pessoas. Por onde eu passo eu faço amizade, tenho amigos no mundo todo, desde Sidney até o Nepal.
– Qual mensagem gostaria de deixar para as pessoas que sonham em viajar o mundo e sempre encontram algum tipo de obstáculo?
Eu dou palestras em diversos lugares exatamente para incentivar as pessoas a realizarem seus sonhos. A minha matéria-prima são os sonhos! Se eu não tivesse o meu objetivo tão definido, eu não teria viajado tanto pelo mundo e não teria conhecido tantos lugares legais. Mesmo convivendo com dor e tendo que me superar todos os dias, eu escolhi viajar o mundo todo de muletas. Inclusive, em breve vou lançar um livro contando todas as minhas experiências.
Fica aí a dica para todo mundo que sonha em viajar o mundo. E ah, se engana quem pensa que o maranhense fala muitas línguas, ele deixa bem claro que não fala nem o inglês fluente, mas que consegue viajar tranquilamente apenas com aplicativos de traduções. Se esse era o incentivo que você precisava, tá aí! Curtiu a história do Luiz? Incrível, né?
Viva essa e mais histórias com o Hurb!
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